Muitos de nós procuramos apenas novas formas de educar quando nos vemos confrontados com filhos mais desafiantes, como gostamos de dizer, ou com desafios que custam a resolver com os métodos e estratégias que usaram connosco, que vemos toda a gente utilizar ou que simplesmente nos são mais naturais ( ou deverei dizer habituais?).
E, a verdade é que estas crianças ou situações são maravilhosos convites ao nosso crescimento pessoal, ao nosso desenvolvimento enquanto melhores seres humanos e , claro, melhores educadores.
Precisamos só ,então, de conseguir abrir mente e coração a novos conceitos e novas possibilidades que, muitas vezes, põe em causa crenças e ideias feitas sobre o que nos disseram ser educar crianças.
Na verdade , se queremos mesmo outros resultados com os nossos filhos e não apenas queixarmo-nos da nossa vida difícil, a porta de entrada para uma realidade melhor é estabelecermos uma nova forma de nos relacionarmos com eles.E isso passa por comunicarmos uma energia diferente, valores e intenções diferentes com e para com eles.
Muitas palavras que usamos têm de ser alteradas, muitas formas de colocarmos pedidos e darmos respostas precisam de ser diferentes, mas de uma maneira simples, passa por pararmos de demonstrar (nas nossas frases e comportamentos) uma atitude de crítica e control - que são os sintomas de uma relação com base na desconfiança - e substitui-las por atitudes de respeito e confiança - que demonstrem, seja em que situação for e com os limites que tivermos de colocar, reconhecimento das capacidades e inteligência natural que cada um dos nossos filhos tem, desde que nasce.
Há ainda outras três atitudes-pilar de um relacionamento mais consciente com as nossas crianças e adolescentes e que pode ser transformador no tipo de comportamentos que obtemos deles:
Praticar a humildade - a atitude que nenhum pai é aconselhado a ter e pode ser a resposta a muitos desafios com as nossas crianças e adolescentes, porque humildade é um sentimento, uma atitude que aparece naturalmente quando estamos na presença de algo ou alguém que admiramos e conseguirmos mostrar essa admiração por quem os nossos filhos são coloca-nos numa posição de influenciador, de alguém que eles querem ouvir. Isto não tem a ver com mostrar orgulho por determinado resultado ou feito que consigam. Significa descer muitas vezes do pedestal do quero-posso-e-mando e da atitude de sobranceria que pauta muita das interações que temos com eles, sobre eles e a vida deles de todos os dias.
Praticar a sinceridade é outra pedra basilar de um relacionamento autêntico, íntimo e rico com os nossos filhos. Não precisamos de nos esconder, ou representar o pai ou mãe super-herói, sabichão ou sempre com tudo debaixo do controlo. Ninguém se liga, quer colaborar, partilhar-se ou se sente à vontade com máscaras e papéis falsos. O que os nossos filhos querem de nós é a nossa humanidade, é descobrir quem somos de verdade.
E, por fim, lembrarmo-nos, sobretudo nos momentos de maior tensão ou desafios, que quando respeitamos o nosso interlocutor - o admiramos e queremos sinceramente chegar a ele - procuramos utilizar uma linguagem que ele entenda e valorize, em vez de ficarmos fechados no que importa para nós, que nós achamos verdade ou são os nossos objetivos. Na verdade, educar tem de ser apenas sobre eles, certo?
❥/mariana