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Photo by Kira auf der Heide
Muitas vezes sinto [e ouço de várias mães e pais] que os conceitos e as práticas associadas à Parentalidade consciente fazem todo o sentido, queremos usá-las e ir por esse caminho, mas gerir o cansaço, o stress e a falta de tempo é quase impossível e isso impede que tenhamos os recursos necessários para nos relacionarmos com consciência, com as nossas crianças.
E se isso acontece é uma chamada de atenção para o ambiente pouco saudável em que estamos inseridos e em que estamos a educar os nossos filhos, disso não tenhamos dúvidas. É porque medidas de fundo são precisas, alterações e restruturações corajosas em algumas áreas, rotinas ou hábitos estão a fazer falta: a nós, a eles, ao contexto, isso é um trabalho de reflexão necessário. 💪
Mas, no imediato, quando estamos a passar por períodos muito desafiantes, de muito cansaço há três estratégias que nos ajudam muito, pelo menos a ganhar espaço, um “balão de oxigénio” para levar as coisas adiante. Aqui ficam:
⚠︎Tomarmos consciência que é a nós que compete definir estratégias para cuidarmos de nós próprios- não aos outros adultos da nossa vida [ embora às vezes dê jeito delegar essa responsabilidade pessoal!) e, definitivamente, não aos nossos filhos.
☢︎ Os nossos filhos não precisam de nós a toda a hora e muito menos precisam de nós stressadas, exaustas, nervosa, embora, por vezes, seja mesmo com essa mãe que vão ter de lidar e é nesse estado que temos de os cuidar e interagir com eles, não deixemos que seja o padrão, o habitual. Cuidemos de nós.
⚓︎ Quando estamos na nossa pior forma o mais sensato é: falar menos, exigir menos (deles e de nós e dos outros adultos), simplificar o mais possível, largar o controlo o mais possível, questionar os nossos pensamentos o mais possível.
E agora as afirmações que podemos dizer a nós próprios, no meio de uma crise, birra ou momentos de muito desafio, que nos ajudam a relativizar e ganhar perspectiva no imediato. Podem dizer que é um “penso rápido” e não tratar das coisas a sério, mas as vezes é assim que tem de se atuar, em 🆘:
“É só uma fase.Não é assim tão dramático.”
“Estou mentalmente aqui e agora e em mais lado nenhum.”
“Isto que estou a pensar não é verdade, é só um pensamento.”
“Esta emoção não tem de me fazer agir - é só uma sensação física.”
Mais fácil de aconselhar do que colocar em prática, bem sei, mas experimenta!😉 Se queremos falar de autocuidado temos de incluir estas pausas/ pensamentos e auto-análise nos nossos dias.
As fases difíceis vão sempre fazer parte de uma Parentalidade respeitadora, participada e presente, para a grande maioria de nós. Somos muito sozinhos, as solicitações são muitas, as vidas aceleraram e os contextos não ajudam, muitas vezes, a uma infância ou educação como devia ser.
Sejamos compassivos connosco próprios e com os outros (é disso que nos fala o Natal também, verdade?)🎄💫
Com muito mãedfulness,
mariana