temos a ilusão dos amores perfeitos, até destinados. de encontrar a nossa pessoa. a ilusão do amor de verdade ser quando tudo encaixa, flui e facilita.
talvez por isso hoje em dia, tantas vezes se desiste de tantas relações.
mas amar é verbo, não estado. e talvez seja preciso largar estas expectativas que temos, mesmo nas relações de amor das quais não podemos desistir - as que temos com os nossos filhos.
temos, como espécie, uma predisposição biológica para amar imediata e incondicionalmente os nossos filhos, mesmo antes de nascerem. e os bebés trazem consigo a sabedoria ancestral de se fazerem amados mais e mais.
nisto não há, hoje em dia, dúvidas ou discussão: as certezas da ciência encontraram as intenções mais certeiras do nosso coração. mas em cima dessa base biológica há que construir. dia a dia, sempre. todos os dias.
o amor vem para ser nutrido e cuidado. o amor é sempre jornada: inacabada, imperfeita, incerta.
o amor é construção, talvez o seja ainda mais entre pais e filhos: é impossível que o nosso amor de 3 meses seja a mesma pessoa aos 3 anos ou aos 9, ou depois aos 19.😉
a minha intenção para o futuro próximo (leva para ti, se fizer sentido):
aprender a amar os nossos filhos na permanente mudança, nossa e deles. lembrar que o amor incondicional é apenas o fio que temos à nossa disposição para construir a rede segura, mas sempre inacabada, do verbo amar.