As crianças brincam - não precisamos de ser cientistas de ponta para afirmar, com convicção, este facto. Infância e brincadeira sempre andaram de mãos dadas. E todos temos um senso (bom senso!) de que brincar é uma coisa boa. Ou não?
Ou será que, de tão escolarizada e funcional se tornou a infância, que os seus principais curadores (pais, professores, monitores, pediatras, educadores) perderam a intuição mais básica e o senso mais comum sobre a importância do brincar?
É verdade que brincar é o que se faz quando aparentemente não estamos a fazer nada. Algo que se faz para passar o tempo, no tempo livre. É uma atividade cujo objetivo é não ter um objetivo e isto parece ser cada vez mais difícil de entender e encaixar na forma como vivemos, nos dias que correm.
É verdade, também, que até há muito pouco tempo, existia pouca investigação ou estudos científicos que confirmassem essa intuição primordial que temos de que brincar ajuda as crianças a aprender, a crescer bem, a se desenvolverem. Será porque não era de todo necessário?
Para mim, não há qualquer dúvida e penso que para qualquer escola, direcção de escolas, professor ou ministério também não devia haver.
Nos últimos anos os estudos e a investigação cientifica apareceram e há conclusões muito claras, algumas mais evidentes e outras mais surpreendentes, partilho contigo algumas:
1.Brincar é inato, é uma necessidade básica humana.
2.O brincar livre deveria ocupar muito mais tempo da infância das nossas crianças, inclusivamente deveria poder acontecer mais no contexto da escola, onde a supervisão e as estruturas muito formatadas o impedem.
3. A aprendizagem, sobretudo nos anos precoces da escolarização, deveria ser totalmente feita através da brincadeira e mesmo os contextos de aprendizagem mais formal, em ambiente de sala de aula, deveriam ser muito mais livres, descontraídos, onde o movimento, o uso do corpo fosse possível praticamente o tempo todo que as nossas crianças estão na escola.
4. O descanso é parte integrante da aprendizagem e as pausas melhoram, em muito, os resultados.
5. Se o tempo e o espaço fora das escolas se tornou escasso, stressante e pouco amigo de uma infância plena, mais devia ainda competir à escola proporcionar isso às nossas crianças.
Tirar o tempo de brincar, as pausas ou o ar livre a uma criança é usado como castigo, por norma ou ocasionalmente, arrisco-me a dizer, em praticamente todas as escolas do país - e isto não é admissível!
Qualquer pai ou mãe se insurgia se na escola retirassem a àgua quando a criança tem sede, o lanche quando é o momento de comer ou proibissem a sua criança de ir a casa de banho quando precisa.
Brincar é uma necessidade básica com a mesma importância destas outras mencionadas. É mais do que tempo de deixarmos de tratar as nossas crianças com violência, seja ela de que índole for, e de as prejudicar, mais do que ajudamos, a crescer saudáveis.
Se te interessa saber mais sobre a importância do brincar podes ler aqui ebook gratuito “Manifesto #nemmaisumrecreioperdido”.
Partilha-o com quem quiseres, se achares que pode fazer a diferença no dia a dia das nossas crianças, melhorar as práticas nas nossas escolas e educadores.
(se não conseguires aceder ao ebook pelo Apple Books, envia-me uma mensagem que eu envio um link alternativo).
Com muito mãedfulness
Mariana