Nada contra ires ver todos os jogos de futebol do teu filho e aplaudires os golos, nada contra festejares a medalha que a tua filha ganhou no campeonato de surf, nada contra valorizares o seu percurso escolar e ires assistir a entrega dos diplomas de mérito.
Mas é muito [muito] importante, é, na, verdade, muito mais importante que os teus filhos se sintam vistos, valorizados e amados pelo que são, todos os dias, quando não fazem nada, quando são apenas, existem apenas nos nossos dias, sem nada a provar, que se sintam amados e importantes só por existirem na nossa vida.
Como se faz isso? Sem recorrer aplausos, elogios ou reforço positivo? Como se faz isso sem ser a dizer em piloto automático: “a mamã ama-te muito”?
Faz-se com presença, com atenção, com conexão, com conversas boas e desinteressadas sobre quem ele é e como está, faz-se a partilhar momentos sem ecrãs ligados, faz-se deixando-os ter influência na nossa vida, valorizando o que dizem, o que pensam, como são na sua essência, faz-se não esperando nada em troca quando damos tudo o que temos e somos, faz-se no jogo da intimidade, da proximidade, de estar lá para eles quando eles estão no seu pior, sem julgamentos ou castigos.
E sim, no meu ponto te vista faz-se misturando o menos possível o seu caminho com o nosso, não fazendo da felicidade deles a nossa, das suas vitórias ou derrotas as nossas.
É muito diferente acompanharmos os nossos filhos, com interesse e leveza, no seu percurso, seja lá onde ele os levar de acompanhar o percurso dos nossos filhos, com orgulho e expectativas, sem ver em quem, às custas dele, eles se estão a tornar.