Para cairmos sob todas as formas que sabemos cair. Para ser campo de guerrilha, batalha, para travarmos as nossa guerras frias e mostrarmos todos os nossos lados lunares - numa espécie de “meta verso” onde sabemos que acaba sempre tudo bem, porque nela podemos renascer sempre.
Serve para nos amparar nas noites escuras da alma, para segurar os nossos corações frágeis, carentes e nervosos.
Serve para se amarrotar pelos nossos sonhos, desejos e anseios. Serve para nos levar o ego e nos fazer crescer.
Para ser arena segura dos dramas da vida e do mundo. Terramotos de emoções contidas por muito tempo, bombas atómicas de explosões de mau feitio , enchentes de lágrimas, secas prolongadas de amor - tudo a família suporta na sua estrutura flexível, generosa, inesgotavel. Feita dos nossos cacos mais feios e feita das nossas forças mais sobre-humanas.
A família não é um lugar bonito, pacífico ou idílico. A família é onde despejamos as fúrias, os bolsos vazios, as raivas, angústias e tudo o que não é bonito de se ver.
E se for das boas, das que são feitas dum avesso forte e mal acabado em vez do direito falso sempre impecável, leva-nos, mais tarde ou mais cedo, a rendermo-nos, em humildade , perante ela e os que a fazem, numa prece que pode ser silenciosa mas que faz o eco mais poderoso no teu coração.
E aí descobres o bálsamo para toda a tua dor. E é também daí que vem a tua força redobrada para continuares, longe e perto de quem chamas família, a fazer o teu humano caminho.💪🕊️