Porque é Páscoa, uma reflexão sobre Viver de verdade
ou as lições erradas que o mundo quer que continues a dar aos teus filhos
Quando nos disseram e repetiram, em crianças, está quietinha e caladinho estavam, na verdade, a falar de quê?
Será possível que tenhamos gravado na alma estas palavras, até hoje? Adultos, quase meia idade e seguimos: caladinhos e quietinhas.
Continuamos a cumprir uma existência discreta e conformada para não dar problemas. Para sossegar os corações vazios e distantes dos nossos pais , avós, família, políticos e senhores do mundo?
Para que as águas não se agitem.
Não grites, não te levantes sem pedir licença. Na vida há que pedir muita licença para fazer o que o nosso corpo pede, o nosso coração anseia.
Quando nos diziam: primeiro o dever depois o lazer será que era mesmo com a intenção de seguir o dever até virar sacrifício?
Será que nos queriam dizer: ser adulto é ser infeliz. Ser adulto é desistir de viver e aprender a sobreviver?
Porque, na verdade, nesse permanente viver contra a nossa natureza mais sábia e inteira, não sobra tempo para nos dedicarmos ao que verdadeiramente importa e nos preenche: nas sobras dos dias, o lazer são desnutridas migalhas para o corpo cansado, muitas vezes venenos para a alma.
Mas seguimos: assim, ninguém fica em sobressalto. Assim, as estruturas não se abalam nesse terramoto que é cada um de nós a ser feliz, autêntico e íntegro.
Façamos a nossa parte para que o todo não tenha de mudar ou sentir desconforto. Façamos o que está certo, com esforço, persistência até ao desmaio [ nem sempre literal, tanta gente meio-desmaiada se cruza contigo na rua, te entra em casa, verdade? ] mas fazer aquilo que está certo.
Esqueceram-se de acrescentar: o que está certo para nós, não para ti.
O que está certo para o mundo continuar a rolar desta forma. O certo para não ofuscares a mediocridade com a luz dessa vitalidade interior que se apagará, assim, ano após anos, dia após dia.
A vida é sobre aguentar. E se tu nos provas que não, a nossa não fez sentido e isso é muito difícil de aguentar.
Sossega. Daqui a nada tudo passa. Até essa vontade de viver e ser feliz.
O sofrimento, o sacrifício, a abnegação, o dar a vida pelos outros não é a lição de Jesus na cruz. Essa lição é sobre amar sem medida e sermos tudo aquilo que somos, até ao fim. É sobre seres quem tu és, com coragem e sofrimento, por vezes, com consequências, contra um mundo que não te quer diferente, verdadeiro, disrutivo. É sobre dividir as águas, criar um maremoto.
Jesus foi um revolucionário, não um conformista. Mas essa mensagem, já sabemos, está caladinho e quietinho, comporta-te - não interessa passar.🪻♡
Com muito mãedfulness, Mariana
🙏❤️
I felt it like a punch 😮💨